Poesia - Mulher Trina




A MULHER TRINA

Cansado estou do quase,
De comuns e repetidas frases,
De tanto sofrer estou farto.
Para a revanche comigo agora parto,
Mulher menina, sofrer tanto me fazes,
Façamos então logo as pazes.

Minha alma é triste.
Em dar-me o que não preciso você insiste.
E você, mulher menina, meu amor,
Motivo maior de minha dor,
Dizem muitos que sequer existe
Ou que, de um belo sonho, real fiz-te.

Ó poeta,andarilho de poucos caminhos,
Prosador da vida, órfã ave em ninho,
Se dizem todos que sequer existo,
E que de quimera e realidade sou misto
Darei a ti prova de meu carinho,
Não te deixando mais sozinho.

Faça por mim isto então,
Pois há muito sofre meu coração,
E amor quero dar-te
Fazer que o “sempre vou amar-te”
Não tenha sido em vão
E lembrar-te que não quero ficar à
Solidão.

Poeta, a quem fizeste belo verso?
Por que em lágrimas ficaste imerso?
Por quem teus olhos estão a procurar?
A quem em vão lanças o olhar ?
Tem ela a ti sentimento inverso ?
É ela vivente neste universo ?

Responda-me nesta  mesma hora,
Quem tu realmente adoras?
A quem tantos versos dedicas ?
Por quem a esperar tu ficas?
Diga-me tu, agora
A mim, a bela das belas, ou a senhora?

É um belo exemplar humano,
De semblante magano
E se as três digo que amo
É que, meu querer é polígamo
E talvez seja este meu engano
Que no peito tanto causa dano.

Viraste minha cabeça ao avesso
Outro não suportaria sequer um terço,
Da dor que há muito sinto
Tudo é verdade, não minto
Meu amor é o que te ofereço,
Pois sofrer mais não mereço.

Dizes falar o que sente
Não é o que vejo a minha frente
A enganar criança e mulher alheia,
Um lobo vestido em ovelha
Pérfida pessoa, indecente
Ora um anjo, ora nada inocente.

Já disse  que sou sincero
Entre as três não sei qual mais quero
Uma a esperar deu-me um mês,
Outra me disse que talvez
E tu, que o sentimento é vero,
Mas ainda assim as três espero.

Da senhora, a experiência,
De ti, mulher menina, a inocência,
De ser meiga de ser pura,
Da bela das belas, a formosura,
Espero com paciência
E dos perigos tenho consciência.


Se não sou bela o bastante
Vãs foram aquelas palavras de antes
“Que sou linda
Que há muito espera minha vinda
Que meu sorriso é radiante
Que serias meu amante...”.


Tudo fiz para amainar minha dor,
Mas não aceitei por mero favor
Ouça bem, minha querida,
Não conheço bem a vida
E este tal de amor,
Mas tu és, mais bela que a mais bela flor.


O que temia neste instante vejo
E aproveito o oportuno ensejo
Para dizer o que queres
Amo a mais outras duas mulheres,
Mas de ti espero o beijo
E permissão para saciar aquele
antigo desejo.

Tu sabes quais são seus pecados.
Para ter-me ao teu lado,
Muito tens feito de errado,
Até o SENHOR tens avocado
Proferido em vão seu nome sagrado
E não só por min tens que ser
perdoado.

Então quando só no lugar sacrossanto,
A olhar o crucificado santo
Que peça eu perdão aos céus
Que peça eu perdão a DEUS,
E que não mais me acompanhe o
pranto,
Pois sabem muitos que amo tanto.

Saiba, mulher menina,
Que tu ainda me alucinas
Que ainda quero te dar amor,carinho
Também não quero ficar sozinho,
Mas se és tu trina,
Viver sem vós tem sido pior sina.

E estes versos são claros, não vês
Que a quimera em realidade não fez?
E se das três ao lado não tenho
nenhuma,
Que do mundo então eu suma
Por crer nesta impossibilidade de
Talvez,
Por crer que uma na real fossem três.

poesia presente no meu livro Livro - Minhas Pegadas na Areia

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